quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ciclos



E a história se repete. Ela sempre se repete. Como a vida, o amor também é um ciclo. Os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem, envelhecem e... Fim. Este é o ciclo da vida. Da mesma forma, o amor. Ou o ciclo do amor, por assim dizer. O sentimento, assim como um bebê, nasce. Não importa a forma como surge, se é de uma amizade antiga, numa balada, escola, faculdade, trabalho, internet, igreja ou vizinhança. O que sabemos é que, de alguma maneira, ele nasce. Assim como um bebê, que pode nascer em casa, na maternidade. Por parto natural, cesariana ou normal. Com ou sem o auxílio do fórceps. Sim, o nascimento do amor pode ser comparado ao nascimento de um bebê. Ambos nos proporcionam novas experiências e, com elas, a excitação e o medo do desconhecido.
                 À medida que cuidamos para que o bebê tenha uma vida saudável e se desenvolva normalmente, percebemos que ele cresce. Vira criança. Também assim, é necessário que cuidemos do amor, que seja medido, saudável e cultivado até tornar-se cumplicidade.
                Mas a criança também se desenvolve. Transforma-se em adolescente. A cumplicidade em (in)segurança. (In)segurança? Quem nunca sentiu-se grande o suficente, capaz de conseguir o que quisesse “do auge” de seus 15 anos? E duas horas depois encontrou-se soluçando, aninhado nos braços de sua mãe? Quem, apaixonado, não teve a certeza de que era amado, simplesmente para, no minuto seguinte, perguntar-se se realmente estava dando certo?
                Todavia, a natureza é sábia. Do adolescente faz-se o adulto. Da (in)segurança, a maturidade. E aí já não há mais tantas dúvidas, receios, medos. Já não existe mais tanta necessidade de aceitação, seja ela pela sociedade ou pela pessoa amada. E o adulto reproduz, dá frutos, assim como a maturidade. Nesta fase, o adulto e a maturidade iniciam uma fusão, já não se sabe mais o que é concreto e abstrato. O que acontece devido à fase adulta e o que provém da maturidade. Sabe-se apenas que o adulto tem a maturidade capaz para formar frutos saudáveis. Ou vice-versa.
                Finalmente, o adulto envelhece. A maturidade passa a ser experiência. E aí tanto faz, “velho” ou “experiente”. Ambas palavras que exigem admiração e respeito, que denotam sabedoria. Mas... E para onde foi o amor? Deixou de existir? Ainda existe sentimento? Esta é uma pergunta interessante. Como encontrar a resposta? Corre, pega o telefone. Liga pra sua mãe e faz o seguinte questionamento: “Mãe, quem é seu eterno bebê?” Morte.

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