segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Galega




Ainda era criança
Lembro-me vagamente
O império era meu
O amor dos pais
A bajulação
Os brinquedos
Presentes
Tudo para mim
934 dias depois
Você chegou
Eu, tão pequena, encontrei alguém menor
Minha irmãzinha
Minha bebê
Minha bonequinha
Você chorava, eu chorava junto
Você sorria, eu também
Velava teu berço enquanto aguentava
Tios, primos, avós
Não te entregava à ninguém
E ai de mainha se o fizesse
Sentia ciúmes, estresse
Crescemos
Deixamos de ser bebês
Crianças, brigas intermináveis
Discussões incessantes
Lágrimas, choro
Raiva, tristeza
O brinquedo é meu!
Então, tire minha blusa!
Tentasse alguém nos separar
Saudade
Essa das roupas nunca termina
Dá minha bolsa!
Devolve o vestido!
Empresta o perfume?
Uma fecha a cara
Outra bate a porta
Mas
Qual a primeira pergunta ao chegar em casa?
Hoje, crescidas, adultas
Pode até haver disputa
Mas há, também, consciência
Desavenças, paciência
Quem nunca brigou?
Sentimento fraterno é incompreensível
E o mais importante
É saber que logo chega Quinta-Feira a noite
E acaba o mal-humor
Conversas, confidências
Cumplicidade
Carinho, respeito
Amor


Mariana Luz



Te amo, prasempremente!

Nenhum comentário: