quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sério

    Outro dia, ao ler as palavras de alguém que eu considero um dos mais inteligentes anônimos à sociedade (sem nomes, talvez a pessoa supracitada não deseje ser identificada), me deparei com um link que levava a outro diário virtual de mesmo dono, leia-se: autor.

    Eu, crítica que sou, não pude deixar de notar os títulos dos sites. O primeiro, Falando de Amor, levava ao que era intitulado Falando Sério. Meu primeiro pensamento foi: "Uai, esse cara não leva o amor a sério?".

    A tese começou a formar-se, em minha mente, um turbilhão de idéias que, organizadas, deram origem ao que hoje eu chamo Teoria do Amor Caótico. A conclusão é simples: O tal cidadão leva, sim, o amor a sério. Tão a sério que deu-se ao trabalho de criar dois espaços diferentes. Um para expressar seu romantismo e o outro para todo o resto.

    Levar o amor a sério não significa levar o amor a sério.

    Eu explico. O amor não é compreensível, como uma fórmula matemática. Seria muito simples se tivéssemos a fórmula do amor, jogaríamos a pessoa X na equação e, ao realizarmos os cálculos adequados, teríamos como resultado a pessoa Y, que seria a alma gêmea da primeira raiz. Fácil, não? Mas o amor não é lógico. Tampouco é uma convenção da sociedade, como regras da língua portuguesa. Não. O amor vai além do que podemos entender ou explicar. Não é para ser analisado ou decifrado, o amor é pra ser sentido, vivido.

    Levar o amor a sério não é fazer cara de intelectual e discutir com toda propriedade, ainda que fingida, os prós e contras de estarmos apaixonados. É, sim, fazer cara de bobo, sorrir a cada demonstração de afeto, pensar na pessoa Y o tempo inteiro, sentir saudades, ligar só para dizer: "Estou pensando em você." Isso, querido leitor, é levar o amor a sério, deu pra entender?

    Bem, deixando de lado meus devaneios, preciso mencionar mais uma vez a inteligência do autor dos blogs. Muito perspicaz a idéia de fazer tal trocadilho, ainda que esta não tenha sido a sua intenção. Pudera, sempre admirei a capacidade do tal escritor. Eu, confesso, levei algum tempo para encontrar a relação existente entre os dois espaços.

    Sempre fui conhecida por falar demais. Ou escrever demais, depende do que seria mais aplicável. Hoje, ao traçar o paralelo entre os sites, minha intenção era explicar a minha Teoria do Amor Caótico. Caótico, sim. O amor vai contra qualquer lógica, o amor não faz sentido e nem pode ser explicado por livros. Gera uma confusão nas nossas mentes, nos faz, às vezes, agir de maneira que nem nós mesmos acreditamos que somos capazes. Nos deixa completamente fora daquele que consideramos ser nosso estado normal. Não faz sentido. É caótico.

    Você entendeu, querido leitor? Caso sua resposta seja negativa, você está apaixonado. Pare de levar o amor a sério e releia o que foi dito, dessa vez, falando sério.



Mariana Luz.

Um comentário:

Campos-Henrique disse...

Menina, tu és um gênio. Que capacidade intelectual absurda. To boquiaberto. Passado. Encantado. Bestificado. Petrificado. Mumificado. Apaixonado. Oxalá, meu coração resista a tal devaneio, visto que, como mortal, resta-me pouco. Pouco para partir e não poder assistir tua imortalidade. Desde já sou teu escravo, lacaio de teus sonhos, fanático de tua onipresente alma. Salve!